terça-feira, 18 de junho de 2019

NASCE UM MONSTRO

título original: It’s Alive
título brasileiro: Nasce Um Monstro
ano de lançamento: 1974
país: Estados Unidos
elenco principal: James Dixon, John P. Ryan, Sharon Farrell
direção e roteiro: Larry Cohen

Monstros gigantes transmitem medo por serem criaturas de força descomunal e que podem percorrer vastas áreas sem fazer grandes esforços ou mesmo destruir cidades inteiras (haja visto a maioria dos seriados japoneses de aventura).
Isso significa que, quanto maior for o monstro apresentado por um filme, mais medo ele inspira no público, certo? Errado!
Os minimonstros, que são o extremo oposto dos monstros gigantes, também conseguem aterrorizar o público, só que inspirando outro tipo de medo: eles podem entrar em qualquer lugar sem serem vistos e se esconder em qualquer parte. Assim, pode ter um escondido a menos de 1 metro de distância de você sem que você veja nem escute nada... até que seja tarde!!!rsrsrs
Nasce Um Monstro nos mostra exatamente esse tipo de criatura. E como o diretor não dispunha de grandes efeitos especiais ao realizar as filmagens, usou basicamente esse clima de imprevisto ao longo do filme. Além do público saber que o monstro pode se manter escondido onde quiser e se mostrar a qualquer momento, cenas de objetos que caem repentinamente, barulhos imprevistos e a própria câmera se movimentando em certos ângulos conseguem manter um perturbador clima de tensão.
É um filme imperdível pra fãs de suspense. Mas se você se impressiona muito com jump scares, pense antes de ver.rs
O roteiro?

Um pai de família típico dos anos 70 chamado Frank Davies e sua esposa Lenore têm um filho monstruoso e anormalmente forte. E apesar de não passar de um recém-nascido, ele mata todas as pessoas que encontra pelo caminho desde o instante em que nasce.
O pai quer que matem logo a criatura e deem um fim nesse caos, enquanto a mãe quer superproteger o monstro independente de qualquer coisa.

Mas o que é curioso nesse filme são as críticas sociais que ele faz: o monstro é tratado quase como uma figura abstrata (inclusive, a criatura aparece muito pouco e o filme nem explica por quê nasceu um monstro em vez de um bebê normal), enquanto diferentes figuras da sociedade tentam tão somente defender, cada uma, seus interesses pessoais em relação a essa situação.
A já mencionada superproteção materna também recebe uma forte crítica aqui. Afinal, é algo difícil de se entender... eu não diria nem ‘em ordem racional’, mas até ‘em qualquer tipo de ordem’.
O filme é muito mais focado no Frank do que na Lenore. Mas, como já vimos, ela pariu um monstruoso bebê mutante que saiu matando todo mundo que ele viu desde que deu o 1º suspiro (as primeiras vítimas dele são a própria equipe médica que faz o parto). E a princípio, ela tenta justificar isso dizendo que as pessoas assustaram o bebê dela e, só por isso, ele fez o que fez.
Depois, a Lenore esconde o bebê no porão da casa, mesmo sabendo do perigo que ele representa pra todo mundo; ela diz ao Frank que o bebê poderia ter matado ele e não matou, e por isso ele tem que ser grato ao monstrinho... E num momento em que o bebê degola a dentadas um amigo da família na frente de todo mundo, ela vira pro outro filho dela e solta a pérola:

“Aquele é o seu irmãozinho. Ele só quer amar você.”

Essa mulher é tão desequilibrada quanto as mães que a gente vê em Casamento Grego (2002) e Minha Mãe é uma Peça (2013).
Nasce um Monstro rendeu 2 continuações (1978 e 1987) também escritas e dirigidas pelo Larry Cohen e 1 reboot (2008).
No 2º filme, o diretor resolveu deixar as críticas sociais de lado e partiu mais pro terror mesmo, se saindo muito bem. Mas no 3º filme, como o diretor inventou de misturar comédia com terror, a história acabou desandando.
Vale lembrar que o 2º filme é uma continuação direta do 1º. Mas o 3º conta outra história quase completamente diferente. E se não fosse por um policial chamado Perkins, que é o único personagem que aparece nos 3 filmes, e por uma menção muito rápida a alguns personagens dos filmes anteriores, o 3º quase poderia ser considerado de outra franquia.
O único ‘valor’ que ele tem é que é o único filme que revela o motivo de terem começado a nascer bebês monstruosos.
E não posso deixar de mencionar um exemplo da Síndrome de Chuck Cunningham visto aqui...
De acordo com o filme original, além do monstro, o Casal Davies como já vimos também tinha um filho mais velho sem nenhuma característica física que pudesse ser considerada anormal, chamado Chris. E na continuação de 1978, o destino do Frank e da Lenore fica claro. Mas não é feita nenhuma menção ao Chris. Terminado o 1º filme, o filho ‘normal’ do Casal Davies simplesmente desaparece e não se fala mais nele.
Quanto ao reboot, vocês vão ver um post sobre ele daqui a algum tempo.
Mais informações sobre Nasce um Monstro? Lá vai:


Até a próxima!

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