quinta-feira, 29 de julho de 2021

A BRUXA DE BLAIR 2: O LIVRO DAS SOMBRAS (e mais uma palavrinha sobre o filme de 2016)

título original: Book of the Shadows: Blair Witch 2
título brasileiro: A Bruxa de Blair 2: O Livro das Sombras
ano de lançamento: 2000
país: Estados Unidos
elenco principal: Jeffrey Donovan, Kim Director, Stephen Barker Turner
direção: Joe Berlinger
roteiro: Daniel Myrick, Dick Beebe, Eduardo Sánchez e Joe Berlinger

Com o sucesso do filme A Bruxa de Blair (1999), a pequena e isolada cidade de Burkittsville foi invadida por centenas de fãs do filme, turistas e outros curiosos, querendo ver os locais onde A Bruxa de Blair tinha sido gravado.
Isso motivou alguns habitantes a montarem microempresas de turismo pra mostrarem o local aos recém-chegados. E em 1999, um desses guias de turismo, chamado Jeff, levou um grupo de 4 pessoas até as ruínas da casa de um serial killer chamado Rustin Parr, um dos personagens mencionados no filme.
Eles acabaram decidindo acampar ali e, à noite, se encheram de bebidas alcoólicas e drogas...
A partir da manhã seguinte, uma infinidade de coisas sem explicação (e assustadoras) começaram a acontecer com os 5.

Se fizermos uma lista de todos os filmes considerados a 2ª parte de um filme anterior lançados nos Estados Unidos, vai ser difícil encontrar nessa lista algum que consiga ser uma bomba maior do que A Bruxa de Blair 2: O Livro das Sombras.
Sendo bastante honesto e direto, o filme só tem algum sentido até a cena em que o pessoal monta o acampamento lá nas ruínas da casa e depois fica doidão. Daí pra frente, o que a gente vê é um monte de cenas sem muito nexo.
Vou contar o final sem entrar em detalhes: 3 dos personagens principais são presos, acusados de terem matado outras pessoas e, embora eles garantam que nunca fizeram isso, os lugares por onde eles passaram tinham câmeras e filmaram eles claramente cometendo os mencionados assassinatos.
Alguns fãs do filme atribuem a isso algum fenômeno sobrenatural. A Bruxa de Blair, furiosa com os intrusos na floresta dela, pode ter usado os poderes dela pra criar essas falsas imagens nas câmeras.
Quem sustenta essa teoria lembra que alguns personagens enxergaram figuras fantasmagóricas em certas cenas do filme.
Bom, vamos lembrar que todos os personagens que enxergaram alguma coisa desse tipo só passaram por isso depois que encheram a cara de álcool e drogas. E venhamos e convenhamos, quem encheu a cara de álcool e drogas enxerga até a Camilla Parker Bowles desfilando numa escola de samba montada num elefante roxo com bolinhas amarelas.
A única coisa que talvez possa ser vista como sobrenatural nesse filme que aconteceu antes da ‘festa do porco’ é que, ao chegar às ruínas, eles veem uma grande árvore entre os escombros da casa. E de acordo com o Jeff, a árvore não tava ali no dia anterior... Mas será que não tava mesmo? Afinal, nunca aparece nenhuma cena mostrando isso. Sem falar que o Jeff é um ex interno de um hospício. Então, confiar em tudo o que ele diz é meio arriscado.
Na verdade, a maior parte da Bruxa de Blair 2 fica aberto à interpretação do espectador.
Vou dar a minha teoria: os personagens mencionados beberam e se drogaram até perderem completamente qualquer noção da realidade, saíram por aí cometendo atrocidades e tiveram algum tipo de amnésia alcoólica que apagou completamente da mente deles o que aconteceu enquanto eles tavam sob o efeito da bebida e das drogas.
Faz sentido, né?
Bom, A Bruxa de Blair 2 tem algumas cenas boas de suspense, aventura superficial e nada de comédia.
Os efeitos especiais até que cumprem as expectativas, mas não são nada que impressione.
Eu sugiro que você só veja esse filme se tiver mesmo bastante curiosidade. De outro modo, você não tá perdendo nada. É só uma produçãozinha que pegou carona na fama do original, que era um dos filmes mais comentados na época (não é à toa que foi lançado logo no ano seguinte).
E pra não dizer que dessa vez não apareceu nenhuma bruxa na história (foi o que aconteceu no filme anterior, né?), botaram lá uma garota wiccaniana, devota da deusa Perséfone, entre os heróis principais. Se ela é praticante da Wicca, pode ser considerada uma “bruxa”, né?
Mais informações sobre A Bruxa de Blair 2? Lá vai:


Agora, um pequeno bônus...
Um 3º filme da franquia, chamado no Brasil de A Maldição de Blackhills: Bruxa de Blair 3, foi lançado em 2016. E ele ignora completamente esse 2º filme, só se prendendo, mais ou menos, a algumas coisas que foram mostradas no 1º.
Então, já que não pretendo fazer um post sobre Bruxa de Blair 3, talvez valha a pena aproveitar pra fazer uma rápida crítica sobre ele aqui:

Em 2014 (20 anos depois dos eventos mostrados no 1º filme) um irmão da Heather vê um vídeo na Internet em que aparece um rosto fora de foco enquanto alguém filma uma casa em ruínas. E ele cisma que aquilo é a Heather e que aquela é a casa onde a garota sumiu em 1994.
Assim, ele organiza um pequeno grupo de amigos e vai até a Floresta de Blackhills pra ver se encontra a irmã desaparecida.

A premissa já é ridícula: alguém mentalmente normal vai até um canto específico de uma floresta achando que vai encontrar uma pessoa que sumiu ali há 20 anos? Será que ele acha que ela sentou embaixo de uma árvore e ficou esse tempo todo parada ali esperando alguém chegar?
Mas o que esse 3º filme faz é basicamente imitar o roteiro do 1º filme, só que com mais personagens e com a tecnologia de filmagem disponível em 2014. E ao mesmo tempo tenta satisfazer algumas queixas do público em relação a coisas mal explicadas do outro filme: no 1º fica indefinido se existia ou não alguma força sobrenatural vivendo naquela floresta, mas no 3º fica evidente que existia; no 1º grande parte do público reclamou porque não aparecia nenhuma criatura bizarra no filme, mas no 3º botaram lá uma criatura bizarra nas cenas finais; no 1º muita gente não entendeu o motivo do Michael ficar em pé, parado e olhando pra parede, mas no 3º isso é explicado na última cena...
Não é ruim, mas não esperem ver nada além do que eu disse aqui em termos de inovação. E a história é basicamente isso.

Bom, até a próxima!

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