quarta-feira, 7 de agosto de 2019

O INCRÍVEL HOMEM QUE DERRETEU

título original: The Incredible Melting Man
título brasileiro: O Incrível Homem Que Derreteu
ano de lançamento: 1977
país: Estados Unidos
elenco principal: Alex Rebar, Burr DeBenning, Michael Alldredge
direção e roteiro: William Sachs

Dessa vez, vou falar de um filme que eu considero bem interessante por causa da mensagem que ele passa no final, mas que vai ser visto como muito bobo se você só observar superficialmente.
Acontece que, analisando por alto o roteiro do Incrível Homem Que Derreteu, realmente não vemos nada tão surpreendente pra um filme de terror:

Um astronauta que, depois de ser irradiado por uma energia extraterrestre, se transforma num mutante gosmento que aterroriza as pessoas que ele encontra numa floresta ao longo de um dia inteiro, enquanto vai derretendo.

As situações que ficam sem explicação e os furos no roteiro também não são difíceis de ser detetados...
O Incrível Homem Que Derreteu começa com um trio de astronautas terráqueos que fazem uma expedição aos aneis de Saturno. E ali, são atingidos por uma misteriosa energia que mata 2 deles e fere gravemente o sobrevivente, no que já vemos o 1º furo: ele reaparece desmaiado num hospital da Terra sem explicação nenhuma... Tá bom: entende-se que ele voltou sozinho. Mas ele não tava gravemente ferido? Como ele conseguiu pilotar a nave até chegar aqui?
A tal energia de Saturno também nunca é identificada. Seria simplesmente uma energia do espaço mesmo? Ou foi algum extraterrestre que sentiu seu território sendo invadido e aí se defendeu?
Como o corpo do astronauta tá lentamente se transformando em gosma, o Governo dos Estados Unidos quer manter a situação em sigilo absoluto. Mas deixam o cara sendo vigiado num hospital por ninguém mais do que 1 única enfermeira. Não podia dar em outra: assim que acorda, o mutante (furioso depois de se olhar num espelho e ao mesmo tempo já meio enlouquecido devido ao derretimento do cérebro) mata a enfermeira, sai do hospital e se mete na floresta vizinha, onde faz uma série de outras vítimas.
E por aí vai.
Então, pra quem procura novidades, é fácil não se empolgar muito vendo esse filme. Mas, como eu disse, a mensagem que ele transmite nas cenas finais é bastante significativa.
Vou contar o final. Se você não quiser ler, continue a partir do asterisco vermelho.
Quando o mutante entende que não tem mais salvação (a única pessoa que talvez pudesse fazer alguma coisa por ele acabou de ser morta), ele se encosta na parede de uma fábrica e espera que o destino se cumpra, ficando ali parado até terminar de derreter por completo.
Na manhã seguinte, o zelador da fábrica chega pra trabalhar e encontra as roupas dele misturadas com aquela grande massa de gosma derretida no chão (tudo o que sobrou dele). E com um certo nojo daquilo, mas também sem dar muita importância ao fato, o zelador recolhe tudo e joga na lata de lixo ao lado.
Essa cena é bem significativa, né? O homem não foi nada mais do que um material de consumo que foi usado, o uso dele não deu certo (e os poderosos responsáveis não tão nem aí pro fato de não ter dado certo) e, depois de ter sido usado, foi varrido pro lixo sem ninguém dar importância a isso.
Ao mesmo tempo em que o zelador joga no lixo a ‘sujeira’ que encontra, vemos um foguete que decola em direção a Saturno, levando um novo grupo de astronautas, sem que os poderosos envolvidos na missão anterior avisem a ninguém sobre o que se passou antes e sem que se importem com a possibilidade da mesma situação voltar a acontecer dessa vez. É uma cena de um simbolismo incrível!
*Quanto aos furos que ficaram no roteiro, o que aconteceu foi o seguinte: a intenção do diretor e roteirista William Sachs era, a princípio, criar uma paródia dos filmes de terror, mas os produtores só se dispuseram a se envolver com o filme se ele mostrasse uma história de terror pesado.
Assim, depois que 90% da coisa já tava pronta, foram filmadas cenas adicionais com um clima mais pesado (inclusive a cena inicial, com ele sendo atingido pela energia extraterrestre só foi criada nessa fase de pós-produção). E é por isso que algumas cenas acabam em aberto ou até não parecem ter muita ligação com o resto do filme.
A insinuação de que o mutante come carne humana também parece ter sido acrescentada nessa fase, já que o assunto não se desenvolve e nem ele aparece comendo ninguém em nenhuma cena.
Enfim, acabou ficando bem parecido com um outro filme de terror chamado O Primeiro Homem no Espaço (1959). E tem gente que chega a dizer que ele é um remake não assumido desse outro filme.
Agora falando da produção, os efeitos especiais cumprem as expectativas. E a maquiagem da criatura tá de parabéns.
Apesar dos altos e baixos do roteiro, O Incrível Homem Que Derreteu vale a pena ser procurado por fãs de aventura, ficção científica, suspense e terror.
Mais informações sobre o filme? Lá vai:


Até a próxima!

2 comentários:

Marcelo Castro Moraes disse...

Acho que passou esse filme nos anos 90 em uma tarde do Cine Trash

Leo Rib disse...

Esse filme ficou passando por muito tempo no SBT.
A última vez que eu vi na televisão foi no extinto Cinema em Casa, nos anos 90.