título original: Uchu Keiji Shaida
título brasileiro: Shaider, o Detetive do Espaço
ano de lançamento: 1984
país: Japão
elenco principal: Hiroshi Tsuburaya, Jun Yoshida, Naomi Morinaga
direção: Hideo Tanaka
roteiro: Shozo Uehara
Não é preciso se informar muito sobre Sharivan, o Guardião do Espaço (1983) pra saber que ele é uma continuação direta de Space Cop (1982). E em 1984, foi lançado o seriado que pretendia ser a continuação de Sharivan... Bom, não podemos negar que foi. Mas não de forma muito satisfatória.
Shaider, o Detetive do Espaço não tem tanta conexão assim com os outros 2 metal heroes já citados... Claro que você vê uns poucos personagens que apareceram nos outros 2 fazendo tímidas participações especiais aqui. Mas algumas são tão tímidas que por pouco que você nem percebe.rs
O ator Toshiaki Nishizawa e as atrizes Kyoko Nashiro e Wakiko Kano, que tinham interpretado o Comandante Qom e suas assistentes Marin e Mimi em Space Cop e em Sharivan, voltaram aqui interpretando os mesmos personagens. Assim como o ator Masayuki Suzuki, que voltou aqui interpretando o fotógrafo Kojiro.
O Gyaban e o Sharivan, os 2 heróis principais anteriores, só aparecem aqui em cenas de luta que duram poucos segundos no final do seriado. E imaginem: isso não passa de cenas antigas dos 2 seriados anteriores que foram reaproveitadas aqui como stock footage! Os atores Kenji Ohba e Hiroshi Watari, que interpretaram os heróis, nunca gravaram nenhuma cena nova pra Shaider.
Tirando isso, tenho que dizer que o seriado em si apresenta várias falhas...
Em termos de produção, os monstros de Shaider conseguem ser mais mal feitos do que os monstros de qualquer outro seriado japonês que eu já tenha visto, mais antigo ou mais novo do que esse. E a outra dimensão onde os vilões vivem, se fosse um pouquinho mais mal feita, ia ser confundida com cenário de teatro infantil amador.
Em termos de roteiro, a coisa não é muito melhor: a história não apresenta evolução quase nenhuma (do capítulo 1 até o capítulo 44, não entra nem sai nenhum personagem no núcleo dos heróis nem no núcleo dos vilões), o herói principal não tem carisma (ele nem sequer tem um grande motivo pessoal pra lutar contra os vilões: faz isso mais por obrigação profissional como policial) e houve excesso de personagens no núcleo dos vilões (nada menos que 14 vilões fixos são mantidos do 1º ao 44º capítulo).
Como ponto positivo, posso dizer que a armadura do herói ficou legal e as cenas de luta também são boas.
No meio disso tudo, temos aqui o Shaider, o herói da vez (interpretado pelo hoje falecido Hiroshi Tsuburaya), lutando contra Fuma, a quadrilha de vilões espaciais da vez.
O demônio Kubilai, chefe de Fuma, aparece a princípio simplesmente como uma grande cabeça decepada pregada numa parede. Mas, conforme o seriado vai avançando, vamos entendendo o que fez ele ficar nessas condições, ao se defrontar num passado distante contra outro herói que também se chamava Shaider (e também interpretado pelo Hiroshi Tsuburaya).
A neta e herdeira dele é a Sacerdotisa Paú, interpretada pelo ator Jun Yoshida.
Na verdade, ela é um vilão travesti. No original em Japonês ela é chamada o tempo todo de “sacerdote”, e não de “sacerdotisa”. E também podemos ouvir claramente que ela fala com voz de homem no áudio original. Mas, no Brasil, provavelmente pra evitar polêmicas mostrando um travesti num programa voltado pro público infantil, o personagem foi dublado com voz de mulher e chamado de “sacerdotisa”.
De qualquer forma, é ele (ou ela) quem manda nos vilões da história abaixo do demônio Kubilai.
Temos aqui também o fim dos metal heroes que seguem o estilo ‘continuação’ (os metal heroes produzidos dali pra frente tiveram, cada um, uma história independente, que começava e acabava no mesmo seriado), o que fez Space Cop, Sharivan e Shaider ficarem conhecidos coletivamente como “trilogia uchu keiji”.
Apesar disso, Shaider teve uma espécie de continuação/reboot. Se trata do seriado filipino Zaido: Pulis Pangkalawakan (2007), que se passa 20 anos depois dos eventos mostrados no seriado de 1984 e tem como herói principal um filho do Shaider e como vilões uma quadrilha muito parecida com Fuma.
Também vamos lembrar que várias cenas de Shaider foram aproveitadas como stock footage na 2ª temporada do seriado estadunidense V. R. Troopers (1995), dando pra ver claramente que a 2ª armadura do herói de Troopers era igual à armadura do Shaider. E vários vilões de Troopers foram inspirados nos vilões de Shaider.
No Brasil, alguns capítulos de Shaider foram exibidos no Xou da Xuxa (1986). Mas o seriado inteiro só foi exibido como um tapa-buracos na programação da madrugada da Globo. Por isso mesmo, foi muito menos visto no Brasil do que os seus 2 antecessores.
Vale lembrar que a atriz Naomi Morinaga, que interpretou a Ani em Shaider, já tinha interpretado a aparência humana do monstro do capítulo 29 de Taiyo Sentai San Barukan (1981) e também já tinha interpretado uma boneca mutante em 1 capítulo de Goggle Five, os Guerreiros do Espaço (1982).
E a atriz Mai Oishi, que interpretou a Garota 2 em Shaider, já tinha interpretado uma das defensoras do Cristal Iga em Sharivan.
Mais informações sobre Shaider? Lá vai:
E dê uma clicada aí do lado em ‘produções japonesas’ que você acha posts sobre Goggle Five, San Barukan, Sharivan e Space Cop.
Até a próxima!
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