título original: Dr. Black, Mr. Hyde
título brasileiro: O Monstro Sem Alma
ano de lançamento: 1976
país: Estados Unidos
elenco principal: Bernie Casey, Marie O’Henry, Rosalind Cash
direção: William Crain
roteiro: Robert Louis Stevenson (autor do texto original), Larry LeBron e Lawrence Woolner
Acho que não é novidade pra ninguém que o livro O Médico e O Monstro (1886), do escocês Robert Louis Stevenson, inspirou várias produções cinematográficas. Mas a única que se enquadrou no gênero blacksploitation foi O Monstro Sem Alma.
Ah, pra quem não sabe, blacksploitation (ou blaxploitation, como preferem escrever outros) foi um movimento cinematográfico que ocorreu nos Estados Unidos, principalmente nos anos 70, em que foram produzidos filmes voltados pro público negro de lá. E os diretores e atores principais desses filmes eram todos negros e mulatos.
Mas enfim: inspirado só vagamente no livro, O Monstro Sem Alma é um filme de terror sobre um mutante, é claro. Só que ele tem uma curiosidade em relação à época...
Os anos 70 eram um período em que o Cinema de Terror tava começando a dar importância aos filmes que mais tarde seriam chamados de “slashers”, que dominariam esse gênero nos anos seguintes (principalmente na 1ª metade dos anos 80). E dá pra ver que O Monstro sem Alma tem algumas características superficiais de slasher (um homem de aparência bizarra matando brutalmente pessoas que tão em lugares onde não podem receber ajuda).
Outra curiosidade é que se passa numa cidade grande (cenário não muito comum em filmes de terror). Ou, pra ser mais exato, se passa basicamente nos bairros pobres de Los Angeles, terminando com a exposição total do vilão nas Watts Towers.
Falando no vilão, que também é o protagonista, ele se chama Henry (e foi interpretado pelo recentemente falecido Bernie Casey). E quando era criança, ele viu a mãe morrer de cirrose hepática na frente dele e não conseguiu fazer com que ninguém viesse ajudar ela, por mais que pedisse ajuda na hora. Por isso, ele se formou em Medicina e dedicou a vida a estudar as doenças hepáticas, se empenhando em desenvolver um soro que, acreditava ele, curaria qualquer tipo de doença hepática que uma pessoa tivesse.
Só que, quando o Henry injeta o soro num rato preto, em vez de se curar de doenças, ele se transforma num rato branco. E logo se revela extremamente feroz e mata todos os outros ratos do laboratório!
Insistindo nas pesquisas, o Henry injeta o soro numa mulher em estado terminal, mas obtém o mesmo tipo de resultado assustador que teve com o rato!
Mesmo assim, ele desenvolve uma obstinação em produzir o soro, acabando por usar a si mesmo como cobaia e, consequentemente, se transformar num mutante pálido com tendências assassinas. E com uma especial predileção por matar cafetões e prostitutas...
É o típico caso que tinha tudo pra acabar bem, mas desceu pelo ralo por causa de exagero e descontrole.
O Monstro Sem Alma tem bons momentos de ação (principalmente em relação a cenas de perseguição). E o roteiro, como já vimos, tem basicamente aquilo que se espera de uma obra inspirada no Médico e O Monstro.
Outra produção que eu já indiquei aqui inspirada nesse livro foi Dr. Jekyll and Mr. Hyde (1912).
Mais informações sobre O Monstro Sem Alma? Lá vai:
E dê uma clicada aí do lado em ‘mutantes’ que você acha um post sobre Dr. Jekyll and Mr. Hyde.
Até a próxima!