título original: Kido Keiji Jiban
título brasileiro: Jiban
ano de lançamento: 1989
país: Japão
elenco principal: Jiko Enokida, Leo Meneghetti, Shohei Kusaka
direção: Keita Amemiya
roteiro: Shozo Uehara
Em 1989, repentinamente, o Japão começa a ser atacado por misteriosos monstros. E na maioria das vezes em que isso acontece, um igualmente misterioso policial robô aparece do nada, destrói as terríveis criaturas e vai embora sem deixar rastro.
Isso é tudo o que o povo de Tókyo sabe.
Enquanto isso, os tais monstros, que são mutantes membros de uma organização criminosa chamada Baiolon, vão se fortalecendo cada vez mais, liderados por seu misterioso criador: um cientista chamado Jean-Marie.
Ao mesmo tempo, ninguém desconfia que o jovem policial Naoto, aparentemente tão bobão, é na verdade o Policial de Aço Jiban (sim: ele é a tal figura que todo mundo pensa que é um robô rs).
Auxiliado por uma menina de uns 10 anos, chamada Aiume, o Jiban obtém uma vitória atrás da outra em suas primeiras investidas contra Baiolon.
Mas a coisa vai ficar séria quando o Dr. Jean-Marie perceber que a Aiume sabe de alguma coisa sobre o herói e começar a visar a menina...
O subgênero metal hero, lançado em 1982 com o seriado Space Cop, foi um dos mais bem sucedidos tipos de seriados de aventura voltados pra crianças e adolescentes que o Japão conheceu nos anos 80. E se propagou até o final dos anos 90, aí já passando por uma certa decadência.
A questão é que os sucessores oitenteiros de Space Cop seguiram basicamente a mesma linha lançada por ele, só com pequenas diferenças de um pro outro. E é claro que tiveram altos e baixos na audiência ao longo da década. Mas até hoje, quando se fala em “metal hero”, o que vem à mente da maioria das pessoas são exatamente Space Cop e os sucessores imediatos dele, ou seja, Sharivan, o Guardião do Espaço (1983); Shaider, o Detetive do Espaço; a ‘imitação de metal hero’ Machineman (ambos de 1984); O Fantástico Jaspion (1985); Spielvan (1986); Metalder, o Homem-Máquina (1987); Jiraiya, o Incrível Ninja (1988); e, finalmente, Jiban.
Os que foram feitos depois disso, como Winspector (1990) e Solbrain (1991), começaram a seguir outros estilos e, na prática, acabaram virando outro tipo de seriado de aventura e se descaracterizando, o que provocou a decadência que eu disse.
Existe uma explicação pra isso: quando um período da História do Japão muda, a Cultura Pop Japonesa também muda na forma de retratar os seus personagens. E 1989 foi o ano do fim do Período Showa e do início do Período Heisei.
Assim sendo, como Jiban foi o último metal hero produzido no Período Showa, foi ele que fechou a definição de metal hero nas condições em que esses seriados tinham sido lançados.
Vale lembrar que Jiban parece ter sido vagamente inspirado no filme estadunidense Robocop (1987), que tava na crista da onda da moda na época em que o seriado foi projetado. E tanto algumas cenas quanto algumas passagens da história parecem confirmar isso.
Mas vamos lembrar que o Jiban é um policial, assim como o Gyaban. E a Toei afirma que a aparência do Jiban foi mais inspirada na armadura do Gyaban do que no visual do Robocop... Se isso for verdade, talvez a intenção inicial deles tenha sido fazer ali um retorno às origens em nova versão, né? Só que isso não seguiu em frente.
E quanto à história em si?
Dá pra ver que a história começa mais infantil (até pela presença da menina e do acesso direto do Naoto à família dela) e vai ficando mais dramática conforme vai avançando (com o Naoto passando a viver sozinho, procurando incessantemente pela amiga desaparecida, descobrindo segredos estarrecedores sobre o passado dele, tendo que lutar contra inimigos cada vez mais poderosos que vão aparecendo e sendo obrigado a se fortalecer cada vez mais).
Jiban também desperta uma certa curiosidade por trazer as 2 vilãs femininas mais fortes da História dos Metal Heroes: a Mado Garbo e a Rainha Cosmos.
A 1ª delas é a obra-prima do Jean-Marie, que criou essa mutante de aparência brutal e poderes quase ilimitados com a intenção única de destruir o Jiban. E a 2ª é uma extraterrestre que aparece lá pelo meio do seriado como um 3º poder da história, atacando tanto o Jiban quanto Baiolon, já que ela quer se livrar desses 2 ‘obstáculos’ pra conquistar a Terra sozinha (ela até chega a fazer uma breve e frágil aliança com Baiolon, mas não dá certo).
As vilãs mutantes Marshal e Kenon, embora não tejam entre as mais poderosas do seriado, também parecem encerrar uma característica que a Toei gostava de retratar nos seus seriados oitenteiros: a presença de vilãs femininas que ocupavam o mesmo posto e que andavam sempre em par.
Vemos isso, por exemplo, nas duplas Kira & Mira, de Denshi Sentai Denziman (1980); Bera & Besu, de Goggle Five, os Guerreiros do Espaço (1982); Urk & Kirt, de Comando Estelar Flashman (1986); Miss Akuma 1 & Miss Akuma 2, de Sharivan; Purima & Guru, de Jaspion; Shadow & Gash, de Spielvan; e Secretária K & Secretária S, de Metalder.
Dá pra ver que, nos anos seguintes a Jiban, essas duplas femininas do mal foram esquecidas pela Toei.
Jiban também é mais um seriado que chama a atenção pro fato da Humanidade poluir não só o nosso planeta como também o próprio espaço, visto que os 2 vilões mais poderosos da história são mutantes que nasceram exatamente desses tipos de poluição.
No Brasil, Jiban fez companhia a vários outros seriados da mesma época e origem na grade de programação da extinta Rede Manchete na virada dos anos 80 pros 90. Mas o último episódio nunca foi exibido por aqui na TV aberta.
Na verdade, só vimos os últimos capítulos de vários desses seriados graças aos sites de vídeos da Internet.
Era a maior decepção quando a gente via esses seriados na Manchete e, quando chegava o penúltimo capítulo e a gente ficava ansioso pra ver no dia seguinte, eles voltavam pro 1º.
Aí reprisava o seriado todo até voltar pro penúltimo capítulo de novo... E acontecia a mesma coisa.
Bom, a vantagem principal da Internet é que você vê o que você quiser, né? Diferente de uma emissora de televisão, em que você vê o que a emissora quer.
O ator Shohei Kusaka, que protagonizou o seriado aqui, já tinha interpretado o vilão redimido Kaminin Oruha, em Jiraiya.
O ator Akira Ishihama, que aqui interpretou o cientista Yanaguida, já tinha interpretado o Dr. Tokimura, em Flashman.
O ator Leo Meneghetti, que aqui interpretou o vilão principal Jean-Marie, já tinha feito uma participação em 1 episódio de Shaider.
O ator Takumi Hashimoto, que já tinha interpretado o ninja mirim Manabu, em Jiraiya, reprisou esse papel dele aqui, em 1 episódio.
O ator Jun Yoshida, que aqui interpretou um pianista em 1 episódio, já tinha interpretado a Sacerdotisa Paú, em Shaider, e também já tinha interpretado o disfarce humano de um robô guerreiro, em Spielvan.
O ator Yasuhiro Ishiwata, que apareceu em 1 capítulo aqui interpretando um roqueiro, já tinha interpretado o Blue Flash Go em Flashman e já tinha interpretado a aparência humana de um monstro em Defensores da Luz Maskman (1987).
O ator Yoshinori Okamoto, que aqui interpretou a aparência humana do monstro do capítulo 15, já tinha feito participações simples em Denziman, Taiyo Sentai San Barukan (1981), Goggle Five, Space Cop, Sharivan e Shaider e já tinha interpretado o robô Shiruba em Chodenshi Bioman (1984), o pirata espacial Buba em Esquadrão Relâmpago Changeman (1985), o herói Deus Titan e o vilão Galdan em Flashman, o ninja subterrâneo Oyobu em Maskman e o vilão Ashura em Choju Sentai Liveman (1988).
O ator Daigaku Sekine, que aqui interpretou a aparência humana do monstro do episódio 13, já tinha feito um personagem menor em Denziman, já tinha feito uma pequena participação em Space Cop, já tinha interpretado o vilão Zampa em Jaspion e já tinha aparecido no episódio 25 de Maskman como um dos guerreiros que lutam contra o Akira.
O ator Ken Nishida, que tinha interpretado o vilão San Dorba em Space Cop, fez uma pontinha em 1 episódio aqui.
Mais informações sobre Jiban? Lá vai:
E dê uma clicada aí do lado em ‘produções japonesas’ que você acha posts sobre Bioman, Changeman, Denziman, Flashman, Goggle Five, Jaspion, Jiraiya, Liveman, Machineman, Maskman, Metalder, San Barukan, Shaider, Sharivan, Space Cop e Spielvan.
Até a próxima!
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