sábado, 16 de novembro de 2019

PAGUE PARA ENTRAR, REZE PARA SAIR

título original: The Funhouse
título brasileiro: Pague para Entrar, Reze para Sair
ano de lançamento: 1981
país: Estados Unidos
elenco principal: Cooper Huckabee, Elizabeth Berridge, Kevin Conway
direção: Tobe Hooper
roteiro: Lawrence Block

Não há problemas no fato de um adolescente ir a um parque de diversões com amigos sem os pais saberem, certo?
Bom, depende. Pode não haver problemas quando se trata de um parque normal. Mas e se estamos falando de um parque com um histórico macabro?
É o que acontece quando 4 jovens vão a um parque que deixou situações estranhas em todos os lugares por onde passou. E na última cidade por onde ele passou, inclusive, 2 crianças sumiram depois de irem lá... E as carcaças delas foram encontradas depois, tão despedaçadas que só puderam ser identificadas depois de um exame de arcada dentária!
A própria aparência do parque não é muito acolhedora... Todas as pessoas que trabalham ali são meio estranhas, ninguém parece muito confiável...
Além de irem lá sem os pais saberem, os 4 adolescentes resolvem passar a noite escondidos dentro do trem fantasma do parque. E por azar, eles veem sem querer quando um dos funcionários do parque, fantasiado de Monstro de Frankenstein, mata uma colega.
A coisa piora quando eles descobrem que o assassino é filho do dono do parque, que não se incomoda muito antes de armar um plano com o filho pra sumir com o cadáver. E piora mais ainda quando, durante uma briga com o pai, o cara arranca a máscara que usava e revela que é uma aberração monstruosa e demente. E (acreditem!) a coisa consegue piorar mais ainda quando o dono do parque descobre que tudo o que se passou ali foi observado pelos garotos... Agora eles testemunharam segredos demais daquela bizarra família pra continuarem vivos. E o dono do parque e seu filho aberrante vão fazer todo o possível pra garantir que vivos os garotos não vão sair dali...

Pague para Entrar, Reze para Sair foi um dos slashers mais famosos dos anos 80. Mas não conseguiu adquirir um status de clássico do mesmo peso e da mesma medida que Halloween (1978) e Sexta-Feira 13 (1980). Talvez até por não ter tido nenhuma continuação.
Mas, mesmo assim, é um filme que adquiriu uma considerável legião de fãs. Provavelmente por fugir de uma série de clichês de slashers:
A garota boazinha do grupo tem um relacionamento sexualmente ativo com um garoto brigão (e não um namoro só de beijinhos virginais com um garoto bonzinho), a garota tarada do grupo namora um nerd (e não tem só sexo sem compromisso com um garoto brigão) e o vilão do filme não é um ser gratuitamente perverso que mata por sadismo e vingança (em condições comuns ele é completamente pacífico, detesta matar, tem consciência de que matar é errado e só parece fazer isso quando se descontrola em momentos de raiva ou então quando o pai força ele a matar).
Mas Pague para Entrar, Reze para Sair tem pontos negativos, é claro: várias situações contraditórias, coisas que aparecem na história sem explicação e também muita falta de ação na 1ª metade da história (a aventura propriamente dita só existe do meio do filme pra frente).
A idade dos atores também não ajuda muito... Como eu disse, os personagens são adolescentes. Eles teriam talvez uns 16 ou 17 anos. Mas a única atriz que tava nessa faixa etária na época era a Elizabeth Berridge (ela tinha 18 anos quando o filme foi gravado). Os outros 3 já tinham quase 30 anos. Então, nenhum adolescente que aparece no filme tem cara de adolescente.rs
De qualquer forma, claro que esse filme merece ser visto por qualquer pesquisador da História do Cinema que se interesse pelos filmes dos anos 80 e por fãs de slashers oitenteiros em geral. Não podemos negar que ele marcou uma época.
Já que eu mencionei Halloween, a 1ª cena de Pague para Entrar, Reze para Sair é uma espécie de homenagem à 1ª cena de Halloween: mostra um menino vestindo uma máscara, andando pela casa e atacando a irmã mais velha com uma faca quando ela tá pelada (e tudo mostrado com a câmera em 1ª pessoa, sob o ponto de vista do menino). Mas aqui ele só queria dar um susto nela e usou uma faca de borracha.
Aliás, essa cena também lembra um pouco aquela clássica cena do chuveiro de Psicose (1960).
Quando o filme tava em fase de produção, eles pretendiam lançar simultaneamente um livro, escrito pelo Dean Koontz e também chamado The Funhouse, contando uma versão mais detalhada da história. Mas, como o filme demorou alguns meses além do previsto pra ser lançado, o livro acabou sendo lançado ainda em 1980.
Também vale destacar que Pague para Entrar, Reze para Sair foi dirigido pelo recentemente falecido Tobe Hooper, que assinou várias outras produções de terror.
Aliás, os vilões que ele mostrou aqui não são muito diferentes dos que ele tinha mostrado no Massacre da Serra Elétrica (1974): uma família grotesca com um patriarca sádico e um cara aberrante e com problemas mentais que obedece sem questionar.
Mais informações sobre Pague para Entrar, Reze para Sair? Lá vai:


E dê uma clicada aí do lado em ‘slashers’ que você acha posts sobre Halloween e Sexta-Feira 13.
Até a próxima!

2 comentários:

Hugo disse...

O que vc citou tem lógica. Este filme que não ficou tão famosa para as novas gerações pelo fato de não ter tido continuação.

Não sabia que Tobe Hooper havia falecido.

Ele foi um diretor de altos e baixos, principalmente com o declínio da carreira nos anos noventa em diante.

Mesmo assim ele deixou um interessante um legado pro gênero, com vários filmes marcantes.

Abraço

Leo Rib disse...

Aliás, vou falar em breve aqui sobre outro filme dirigido por ele: Poltergeist (1982).
Abraço também!