segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

LOUCA OBSESSÃO

título original: Misery
título brasileiro: Louca Obsessão
ano de lançamento: 1990
país: Estados Unidos
elenco principal: James Caan, Kathy Bates, Richard Farnsworth
direção: Rob Reiner
roteiro: Stephen King (autor do texto original) e William Goldman

O escritor Paul Sheldon terminou um livro sobre uma personagem chamada Misery Chastain, que já protagonizou 8 histórias dele. Mas ele decidiu parar de falar sobre essa heroína daqui pra frente, resolvido a escrever histórias com outros temas.
Ao terminar o livro, ele pega o carro e começa a atravessar uma estrada de uma montanha do Colorado durante uma nevasca... Conclusão: ele perde a direção e cai do alto de uma ladeira.
Uma enfermeira chamada Annie Wilkes se aproxima do carro acidentado e recolhe o Paul, levando ele pra casa no meio da floresta onde ela mora sozinha...

Louca Obsessão foi inspirado no livro Misery, lançado pelo Stephen King em 1987.
Muitos atores foram convidados pra interpretar o Paul. Mas quase todos rejeitaram, já que o personagem funcionaria quase como um objeto imóvel durante a maior parte do filme.
A atriz Kathy Bates, que interpretou a vilã, ganhou o Oscar de Melhor Atriz por Louca Obsessão.
Aliás, provavelmente o que desperta mais discussão aqui é exatamente a personalidade da vilã.
Ela é equivocadamente chamada de “psicopata” por alguns críticos. Mas um psicopata é incapaz de se apaixonar por alguém ou por alguma coisa da forma como ela se apaixonou pelos livros que contavam a história da Misery.
Quem se apaixona por alguém ou por alguma coisa de uma forma obsessiva e compulsiva quase sempre é borderline.
Aliás, durante o desenrolar do filme, ela demonstra todos os sintomas de personalidade borderline: ela começa como uma figura amável e vai ficando cada vez mais odiosa conforme o tempo vai passando, ela tem um comportamento histérico frequente, ela se descontrola completamente quando alguém contradiz uma opinião dela ou quando alguém deixa de fazer 100% do que ela esperava, ela acredita com certeza absoluta que ela faz parte da vida íntima de uma pessoa que ela nunca viu antes e que nem sabia que ela existia, ela manifesta um medo obsessivo de que a pessoa que ela “ama” se afaste dela, ela se vê como a única pessoa no Mundo que sabe cuidar da pessoa que ela “ama”, ela se acha feia com extrema frequência e ela já tentou se matar e continua pensando no assunto.
Claro que essa personagem já é um caso extremo de personalidade borderline e claro que a coisa aqui foi adaptada pra se enquadrar no roteiro de um filme de terror. Mas acho interessante discutir esse assunto, porque tenho visto nos últimos tempos algumas pessoas, inclusive psiquiatras, romantizando a personalidade borderline. E honestamente e com toda a sinceridade, isso é muito errado. Esse não é um tipo de pessoa com quem dá pra você conviver numa boa.
Se você chegar diante de uma borderline e disser simplesmente que você não concorda com alguma coisa que ela disse, isso já é o suficiente pra ela sair gritando, batendo portas, xingando você de tudo quanto é nome e mandando você pra tudo quanto é lugar!
Mas tem gente que tenta defender:

“Ah! Mas pessoas que são borderlines frequentemente procuram o meio artístico, se tornam grandes artistas, se mostram completamente dedicados...”

Sim. Porque, na arte, você encontra espaço pra cometer os exageros que você quiser sem ninguém (ou quase ninguém) estranhar. E com uma personalidade exagerada você consegue se dedicar completamente a uma causa.
Mas quando se trata de conviver com alguém assim na vida íntima, a coisa se torna caótica.
Então, eu não vejo nada a romantizar no comportamento de uma pessoa assim.
Bom, mais informações sobre Louca Obsessão? Lá vai:


ATENÇÃO: esse post é inédito! Não consta na Bússola do Terror!
Até a próxima!
Brasil 2024: tempo de pensar no que é melhor pra sua cidade.

4 comentários:

Marcelo Castro Moraes disse...

A cena do martelo é uma das cenas mais doloridas de se ver até hoje.

Leo Rib disse...

No livro a cena é mais violenta ainda do que aquilo: ela decepa o pé dele!

Anônimo disse...

Raissa Barbosa versão terror.

Leo Rib disse...

É. Exatamente.