domingo, 13 de agosto de 2023

PAPILLON

títulos original e brasileiro: Papillon
ano de lançamento: 1973
países: Espanha / Estados Unidos / França / Jamaica
elenco principal: Dustin Hoffman, Robert Deman, Steve McQueen
direção: Franklin J. Schaffner
roteiro: Henri Charrière (autor do texto original), Dalton Trumbo, Lorenzo Semple Jr. e William Goldman

Nos anos 30, no pátio de um presídio da França europeia, o diretor comunica aos presos que eles foram condenados ao exílio na Guiana Francesa, território da América do Sul pertencente à França. E pra todos eles a regra é a mesma: esqueçam os territórios europeus da França, pois não são mais bem-vindos ali!
Um dos detentos, chamado Henri Charrière, foi apelidado de Papillon, porque ele tem uma borboleta tatuada no tórax (‘papillon’ é ‘borboleta’ em Francês).
É verdade que ele é um criminoso de baixa periculosidade (é um ladrão, pra ser exato). Mas ele foi preso por ter sido falsamente acusado do assassinato de um cafetão.
Entre os poucos presos de quem ele se aproxima durante a viagem tá o Louis Dega, que foi preso por falsificações e estelionatos.
E como o Papillon é mais fortão e o Louis é mais velho e franzino, além de todo mundo saber que ele tá carregando uma quantia considerável de dinheiro com ele, eles fazem um acordo: o Papillon vai servir como guarda-costas do Louis, se em troca ele ajudar o outro a fugir quando eles chegarem à Guiana Francesa.
Essa sociedade inesperada entre os 2 homens realmente só começou devido a esses interesses recíprocos. Mas, com o passar do tempo, ao perceberem que eles agora só têm um ao outro, uma amizade forte e mais inesperada ainda acaba surgindo, enquanto o Papillon tenta fugir a cada pequena chance que ele encontra.

Completando 50 anos esse ano, Papillon é um filme inspirado no livro com o mesmo nome, lançado pelo francês Henri Charrière em 1969.
Embora esse livro seja sempre lembrado como uma autobiografia, contando as várias tentativas que esse homem fez pra fugir de uma prisão, os historiadores e geógrafos que analisaram o texto acharam muito pouco provável que a mesma pessoa tenha passado por todas as situações descritas ali. E ainda mais se deslocando entre lugares tão pouco acessíveis com tanta facilidade e sem manifestar nenhum esgotamento físico.
Além disso, o autor afirmou ali que tinha passado por certos lugares. Mas ele descreveu tais lugares com uma aparência física completamente diferente da aparência que esses lugares tinham na prática, o que dá a entender que ele nunca foi até ali, mas sim que descreveu esses lugares da forma como entendeu que eles eram.
Também se percebeu um certo exagero nas torturas que são descritas sendo aplicadas nos presos... Não que os detentos fossem bem tratados no presídio da Guiana Francesa, mas também não chegava a ser o calabouço medieval descrito no livro.
E se o livro já tem uma veracidade duvidosa, o filme tem mais ainda, já que mudou algumas passagens da história.
Claro que a imagem do personagem principal aqui foi bastante fantasiada: o verdadeiro Henri Charrière foi um pós-adolescente que conviveu no contato mais direto possível com a ralé de Paris até ser preso quando tinha 25 anos. Então, é claro que um garoto que andava todo dia pelos bairros mais barra pesada da cidade junto com todos os rejeitados pela sociedade francesa tava longe de ser tão “inocente” e “preocupado com o próximo” quanto a figura que aparece no filme, né?
Mas vamos lembrar que isso aqui era um filme feito nos padrões hollywoodianos. Então, tinha que ter um protagonista de personalidade heroica. Até porque o público tinha que simpatizar com ele e torcer pra ele se dar bem no final.
Já que mencionamos a idade do personagem, como o Steve McQueen, que protagonizou o filme, já tinha mais de 40 anos na época das filmagens, muita gente criticou a escolha dele pra interpretar o personagem (que seria uns 20 anos mais jovem do que ele).
O Louis Dega foi retratado no livro como um personagem completamente secundário. Mas no filme ele é o 2º personagem mais importante da história.
Parece que isso foi proposital, já que o Dustin Hoffman foi convidado pra fazer o Louis e ficaram com medo de que ele rejeitasse o trabalho se achasse que o personagem era muito simples.
Outro presidiário chamado Joanes Clousiot, que é retratado no livro como o melhor amigo que o Henri fez enquanto ficou preso, foi quase ignorado no filme, sendo retratado como pouco mais do que um figurante.
De qualquer forma, eu recomendo esse filme a quem gosta de drama e aventura.
Claro que alguns efeitos especiais e maquiagens já tão meio datados. Mas, no geral, até que o filme envelheceu bem.
Papillon foi produzido pelos Estados Unidos e França. Mas também teve algumas cenas filmadas na Espanha e Jamaica.
Um remake foi lançado em 2017.
Outro filme do Franklin J. Schaffner que eu já indiquei aqui foi Planeta dos Macacos (1968).
Mais informações sobre Papillon? Lá vai:


E dê uma clicada aí do lado em ‘séries cinematográficas’ que você acha o post sobre O Planeta dos Macacos.
ATENÇÃO: esse post é inédito! Não consta na Bússola do Terror!
Até a próxima!

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