sábado, 29 de agosto de 2020

CYBERCOPS, OS POLICIAIS DO FUTURO

título original: Deno Keisatsu Saibakopu
título brasileiro: Cybercops, os Policiais do Futuro
ano de lançamento: 1988
país: Japão
elenco principal: Mika Chiba, Ryoma Sasaki, Shogo Shiotani, Tom Saeba (creditado aqui como Ryuji Mizumoto), Tomonori Yoshida (creditado aqui como Yuki Yoshida)
direção: Hirochika Muraishi, Kiyotaka Matsumoto e Yoshiki Kitamura
roteiro: Junki Takegami, Kazuhiko Goudo e Shiyoshi Ohashi

É só prestar atenção no pôster de Cybercops, os Policiais do Futuro que já dá pra perceber o 1º sinal de baixo custo dessa produção: um dos membros do grupo (a heroína Tomoko) ficou sem armadura, pois a produção não teve dinheiro pra fazer o referido traje.
E os poucos recursos não pararam por aí...
O único cenário fixo desse seriado era o quartel-general dos heróis. Nos outros cenários, como as 2 bases dos vilões, os atores eram filmados contra um fundo de cromaqui e depois a imagem era inserida num cenário desenhado em 3D, pois também não tinham dinheiro pra fazer cenários.
Na história, os vilões usam um robô guerreiro diferente a cada capítulo: os robôs da tropa Harkos e da tropa Ominos. Mas a produção só teve dinheiro pra fazer 1 fantasia de robô Harkos e 1 fantasia de robô Ominos, que eram recicladas e reutilizadas a cada capítulo pra fazer parecer que eram vários robôs diferentes. Ou seja, a produção aqui usou a mesmíssima tática que tinha sido usada antes pela produção de Machineman (1984).
Os demais seriados japoneses de aventura da época eram gravados com câmeras profissionais e películas de filmes. Mas Cybercops foi gravado com câmeras domésticas e fitas de VHS!
Bom, por que uma produção de custo tão baixo conquistou uma legião de fãs tão grande no Brasil na época em que foi exibida aqui?
Pra responder a isso, antes eu tenho que chegar à resposta de outra pergunta:

Cybercops é um sentai?

Há 2 respostas pra essa pergunta: oficialmente, não; na prática, pode se dizer que sim.
Acontece que a Toei Company é a empresa criadora da franquia dos sentais. Portanto, é ela que dá a palavra oficial final se uma produção é ou não um sentai. E visto que Cybercops nem sequer foi uma produção da Toei, mas sim da Toho CO LTD, obviamente que isso aqui nunca foi reconhecido como um sentai.
Entretanto, na prática, Cybercops é um seriado de aventura que tem como heróis um pequeno grupo de guerreiros que usam armaduras de cores diferentes e que lutam contra uma quadrilha de vilões superpoderosos. Isso não é o roteiro básico de um sentai? Pois é.
Como o público brasileiro não tinha nenhuma informação técnica sobre sentais na época em que Cybercops foi exibido aqui pela extinta Rede Manchete, é claro que esse seriado foi associado diretamente aos sentais que passavam aqui na mesma época (Goggle Five, os Guerreiros do Espaço, de 1982; Esquadrão Relâmpago Changeman, de 1985; Comando Estelar Flashman, de 1986; e Defensores da Luz Maskman, de 1987), devido às evidentes semelhanças com eles. Assim, numa definição leiga, Cybercops seria visto como “um sentai meio diferente dos outros”.
Então, voltando: provavelmente esse seriado conseguiu tantos fãs no Brasil porque, apesar de ser visto como um sentai, fugiu de vários clichês de sentais... Nos demais seriados desse tipo, os heróis têm algum tipo de arma mortal que só se forma quando todos os membros do grupo tão juntos (geralmente cada um fica com um pedaço da arma), os vilões atacam com monstros gigantes ou fazem monstros que morreram em tamanho normal ressuscitarem em tamanho gigante, os heróis usam um robô gigante pra lutar contra esses monstros gigantes... E em Cybercops nada disso aparece. Então, é claro que esse “sentai diferente” chamou a atenção dos fãs do gênero.
Além disso, os heróis de Cybercops tiveram as vidas pessoais mais expostas do que os heróis a maioria dos outros sentais, né? Acho que eles acabaram ficando mais humanizados por causa disso.
Posso recomendar esse seriado a fãs de sentais e a quem gosta de seriados de aventura em geral. Descontando as falhas na produção que eu mencionei, não é um seriado ruim.
Por outro lado, Cybercops também é lembrado por um evento trágico: a morte do ator Shogo Shiotani, que interpretou o herói Marte, que algumas pessoas atribuíram ao seriado.
Acontece que em 2002, quando tava pra fazer 36 anos, ele caiu do alto de um prédio. E como ninguém nunca soube o motivo disso, começaram a aparecer lendas urbanas sobre o assunto...
Teve gente dizendo que o Shogo sofria de transtorno bipolar. E como ele teve o 1º trabalho dele contratado como ator em Cybercops (nos trabalhos anteriores, ele tinha sido contratado como dublê, e não como ator), ele teria desenvolvido uma obsessão por esse seriado. E quando ele pretendeu filmar uma continuação do seriado, nenhum diretor se interessou pelo projeto, o que teria feito ele entrar em depressão e se matar.
Outros dizem que ele começou a passar por problemas financeiros sérios (porque ele morreu numa época de crise econômica no Japão) e que isso teria levado ele a se matar.
E teve até gente dizendo que o Shogo deu um tiro na cabeça! E isso definitivamente não aconteceu.
Bom, nada disso nunca foi confirmado por ninguém que tenha convivido com ele. E ele também não deixou nenhuma carta nem nada parecido explicando que ia se matar por causa de algum motivo específico. A única coisa que se pode afirmar é que ele caiu do prédio e morreu.
Aliás, se alguém aí tiver alguma informação SEGURA mais relevante sobre esse assunto e quiser comentar aqui, agradecemos.
O Shogo também interpretou a aparência humana de um robô de Bicrossers (1985) e o ninja especial Fire de Jiraiya, o Incrível Ninja (1988).
Outro ator conhecido do público brasuca que apareceu em 1 episódio de Cybercops foi o Junichi Haruta, que já tinha feito participações simples em Denshi Sentai Denziman (1980) e Taiyo Sentai San Barukan (1981), já tinha interpretado o guerreiro preto Kan-Pei em Goggle Five, o vilão MacGaren em O Fantástico Jaspion (1985), já tinha protagonizado o filme de terror Baioserapi (1986), já tinha feito uma participação simples em Metalder, o Homem-Máquina (1987) e já tinha interpretado o vilão redimido Kazenin Mafia Storm em Jiraiya.
E o hoje falecido ator Ulf Otsuki, que fez uma participação e 1 episódio aqui, já tinha aparecido em 1 episódio do Poderoso Lion-Man (1973); e em 2 episódios de Jiraiya.
Clique aqui pra ver mais informações sobre Cybercops:


E dê uma clicada aí do lado em ‘produções japonesas’ que você acha posts sobre Baioserapi, Bicrosseres, Changeman, Denziman, Flashman, Goggle Five, Jaspion, Jiraiya, Lion-Man, Maskman, Machineman, Metalder e San Barukan.
Até Setembro!

2 comentários:

Marcelo Castro Moraes disse...

Foi graças a construção dos personagens que fizeram da série ser lembrada até hoje e de forma merecida

Leo Rib disse...

É mesmo.