domingo, 19 de maio de 2019

OCTAMAN

título original: Octaman
título brasileiro: inexistente (inédito no Brasil)
ano de lançamento: 1971
países: Estados Unidos / México
elenco principal: Kerwin Mathews, Pier Angeli, Read Morgan
direção e roteiro: Harry Essex

Imagine um filme com o seguinte roteiro:

Enquanto explora uma região isolada, um cientista encontra um ser que não consegue identificar o que é. E enquanto leva o espécime pra ser observado por outro cientista, um monstro que vive num lago próximo ataca o acampamento dele e mata quem tava lá.
Quando o cientista volta pra continuar com a expedição, não demora a se confrontar com o monstro, que é capturado pela expedição, mas consegue escapar não muito tempo depois. E quando a expedição resolve se retirar, não consegue, pois percebe que o monstro colocou um bloqueio no caminho.
Depois disso, eles têm uma cena de luta contra o monstro numa caverna, o monstro rapta a namorada do cientista...

Bom, nem preciso continuar pra já poder apostar com certeza quase absoluta que, se você já viu O Monstro da Lagoa Negra (1954), foi nesse filme que você pensou, né? Pois é. Mas não é desse que eu tô falando. O que eu descrevi acima foram algumas partes do roteiro de Octaman.
A semelhança não é casual: o hoje falecido Harry Essex, que tinha sido um dos roteiristas do Monstro da Lagoa Negra, foi o diretor e roteirista de Octaman. Então, parece que ele pegou o texto que tinha escrito 17 anos antes, mudou só algumas partes e usou pra fazer um novo filme. E isso deu a Octaman a fama de remake não-assumido do Monstro da Lagoa Negra.
O resultado não ficou lá essas coisas. Não que o filme seja de todo ruim. Mas, levando em conta que pretendia ser um filme de terror misturado com aventura, decepcionou, porque tem cenas muito sem ação e que, sem necessidade, demoram muito a se concluir.
Como era de se esperar, também se nota que foi uma produção de baixo custo: nem cenas subaquáticas tem!
E a história também deixa algumas contradições. Por exemplo, mostra uma raça de polvos vivendo num lago de água potável (sendo que polvos são animais predominantemente marítimos) e o prólogo dá a entender que o monstro é um mutante criado por radiação (quando o filme começa, a voz do narrador descreve ele como “O hediondo fruto de radiação atômica na forma de uma lenda bizarra.”), mas o desenrolar do filme mostra que ele já existe desde o início do século XX, quando nem havia tanta radiação atômica assim no Mundo (tanto é que os filmes de terror de monstros mutantes criados por radiação só se tornaram comuns a partir dos anos 50, mostrando as criaturas nascendo por volta daquela época mesmo, como Monster from the Ocean Floor, de 1954; A Ilha do Pavor, de 1957; e O Monstro que Desafiou o Mundo, também de 1957).
Octaman também foi um dos últimos trabalhos do ator Kerwin Mathews, que deixaria a carreira poucos anos depois. E foi o último trabalho da atriz Pier Angeli, que se suicidou logo depois de gravar as cenas dela e antes mesmo do filme ser lançado.
Mais informações sobre o filme? Lá vai:


E dê uma clicada aí do lado em ‘animais enfurecidos’ que você acha posts sobre A Ilha do Pavor, Monster from the Ocean Floor, O Monstro da Lagoa Negra e O Monstro que Desafiou o Mundo.
Até a próxima!

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