sábado, 6 de junho de 2020

JONNY QUEST

títulos original e brasileiro: Jonny Quest
ano de lançamento: 1964
país: Estados Unidos
produção: Hanna-Barbera Productions

O pré-adolescente Jonny Quest acompanha o pai dele, o Dr. Benton Quest, nas viagens dele pelo Mundo, embora eles tenham como residência fixa a Ilha de Palm Key.
O Benton é um cientista com um conhecimento quase absoluto sobre todas as áreas de Biologia, Química e Física. E depois de passar por Calcutá, ele adota também um menino hindu chamado Hadji, que sabe fazer algumas magias simples.
Acompanhando eles, vive o Roger Bannon, apelidado de Race, que serve ao mesmo tempo como guarda-costas, professor do Jonny e piloto dos veículos da Família Quest.
E o mascote do grupo é o esquentado cachorrinho Bandit, que às vezes atrapalha e outras vezes salva a situação.

Até o início dos anos 60, a maioria esmagadora dos desenhos animados do Ocidente eram focados principalmente na comédia e povoados de personagens de aparência cartunesca. E consequentemente, quase sempre tinham como público-alvo as crianças.
Até ali, a Hanna-Barbera também tinha trabalhado, em maior ou menor grau, com essas ideias. Mas foi exatamente naquela época que surgiu a ideia de fazer um desenho animado que fosse mais de aventura, que tivesse personagens de aparência mais realista e que fosse explicitamente mais voltado pro público adolescente ou mesmo adulto.
A princípio, a Hanna-Barbera quis fazer isso se inspirando num seriado chamado Jack Armstrong (1947). Mas, por um problema de direitos autorais, não puderam usar os personagens daquele seriado.
Assim, criaram personagens de autoria própria e inseriram eles nos roteiros que pretendiam usar no desenho de Jack Armstrong (fazendo algumas adaptações nesses roteiros, é claro). E esses personagens eram o Jonny, o Benton, o Roger, o Hadji e o Bandit.
Assim, em 1964, surgiu Jonny Quest.
Nos 13 primeiros capítulos, o Jonny e seu grupo enfrentam basicamente bandidos humanos (a única exceção é uma múmia egípcia). Nos 13 últimos, embora os bandidos humanos continuem aparecendo quase sempre, os heróis também passam frequentemente a enfrentar monstros de diferentes origens (embora alguns desses monstros não passem de ladrões e contrabandistas disfarçados).
Aliás, alguns capítulos funcionam como verdadeiros curtas-metragens de terror, como O Abominável Homem das Neves, O Monstro do Mar de Java e O Monstro Invisível.
Não existe um vilão que apareça durante a maior parte do seriado: o personagem contra o qual os heróis lutam por mais tempo (só 4 capítulos, na verdade) é um cientista com manias bizarras e psicopáticas identificado apenas como “Dr. Zin”. E ele nem se encontra pessoalmente com nenhum dos heróis. No máximo, ele fala com eles por algum comunicador que teja disponível na hora.
Pelo conjunto da obra, entende-se que ele e o Benton tiveram algum tipo de desentendimento no passado. Mas nunca é revelado o que exatamente aconteceu.
As cenas de humor do seriado ficam mais por conta do Bandit.rsrs
A época em que a história se passa é um pouco difícil de definir, porque o 1º episódio do seriado se passa exatamente no dia do lançamento do 1º foguete à Lua, o que ainda não tinha acontecido em 1964. E portanto, a intenção era dizer que a história se passava no futuro. Mas provavelmente num futuro não muito distante de 1964.
Jonny Quest é considerado um desenho preconceituoso por algumas pessoas, já que os personagens principais têm a ideia de que, com exceção dos Estados Unidos, o Mundo é formado só por florestas ou lugares exóticos; as raras personagens femininas que aparecem quase nunca participam das cenas de ação; o Oriente como um todo é retratado como um lugar cheio de bandidos; as religiões típicas do Oriente Médio, como o Hinduísmo, o Budismo e o Islamismo, são tratadas como se fossem uma coisa só; os povos florestais são retratados como facilmente enganáveis e a cultura deles é tratada como inferior...
OK. Eu sei que, vendo tudo isso sob a ótica de hoje, parece um aglomerado de preconceitos. Mas essa era a mentalidade dos Estados Unidos nos anos 60, quando o desenho foi feito. Não adianta a gente olhar pra uma expressão artística que foi feita há décadas e décadas atrás e querer que ela pareça politicamente correta dentro da mentalidade de hoje.
Esse também foi um dos primeiros desenhos animados ocidentais a mostrar explicitamente a morte de personagens. Por sinal, o Roger mata vários bandidos em alguns episódios. E consequentemente, isso abriu as portas pra cenas de violência em outros desenhos que a Hanna-Barbera lançou logo depois...
Frankenstein Jr (1966), O Poderoso Mightor e Os Herculoides (ambos de 1967), por exemplo, apesar de terem histórias bem mais rasas do que as histórias de Jonny Quest, mostravam um nível de violência basicamente igual. E inclusive, nesses desenhos não era raro ver os vilões morrendo de forma agressiva no final dos episódios.
Só que esse novo estilo da Hanna-Barbera não agradou nem um pouco aos pais e mães da época, que começaram a reclamar, forçando a Hanna-Barbera a reformular os seus planos e passar a investir em desenhos como Scooby-Doo, Cadê Você? (1969), que mostrava cenas de aventura e vilões relativamente ameaçadores, mas sem mostrar agressões físicas muito explícitas nem ninguém morrendo em cena.
Em 1986, a Hanna-Barbera lançou um seriado de 13 capítulos continuando a história de Jonny Quest. Mas dessa vez, pra evitar o mesmo problema de rejeição dos anos 60, as histórias eram um pouco menos violentas do que na versão de 1964. E também acrescentaram um novo membro ao grupo do Jonny: um guerreiro de pedra chamado Petrônio.
Em 1996, a Hanna-Barbera lançou mais um seriado com os mesmos personagens. Mas esse era um reboot que ignorava os 2 seriados precedentes e contava uma nova versão da história.
E também foram feitos 3 desenhos de longa-metragem com os mesmos personagens (1993, 1995 e 2015).
Outras produções da Hanna-Barbera que eu já indiquei aqui foram a versão de 1981 dos Herculoides; Os Flintstones (1960); Os Jetsons (1962); A Feiticeira Faceira; A Formiga Atômica; A Lula Lelé; O Esquilo sem Grilo; O Xodó da Vovó; Zé Buscapé (todos esses de 1965); Os Impossíveis (1966); Os Mussarelas (1972); Goober e os Caçadores de Fantasmas (1973); A Família Dó Ré Mi (1974); Treme-Treme (1977); Os Smurfs (1981); Janjão e Pequeno (1983); e Galtar e a Lança de Ouro (1985).
Mais informações sobre a versão de 1964 de Jonny Quest? Lá vai:


E dê uma clicada aí do lado em ‘seriados’ que você acha posts sobre a versão de 1967 dos Herculoides, a versão de 1981 dos Herculoides, A Família Dó Ré Mi, A Feiticeira Faceira, A Formiga Atômica, A Lula Lelé, Frankenstein Jr, Galtar, Goober, Janjão e Pequeno, Mightor, O Esquilo sem Grilo, O Xodó da Vovó, Os Flintstones, Os Impossíveis, Os Jetsons, Os Mussarelas, Os Smurfs, Scooby-Doo, Treme-Treme e Zé Buscapé.
ATENÇÃO: esse post é inédito! Não consta na Bússola do Terror!
Até a próxima!

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