título original: Rituals
título em Português: Rituais
ano de lançamento: 1977
países: Canadá / Estados Unidos
elenco principal: Hal Holbrook, Lawrence Dane, Robin Gammell
direção: Peter Carter
roteiro: Ian Sutherland
Os slasher films (ou slasher movies ou simplesmente slashers) dominaram o Cinema de Terror do início dos anos 80 mostrando sempre o seguinte roteiro:
Um grupo de adolescentes e/ou pós-adolescentes ficam presos num lugar de difícil acesso, onde não podem receber ajuda imediata. E aí começam a ser perseguidos e mortos 1 por 1 por um maníaco com uma aparência bizarra, até que, no final, a mocinha mais boazinha do grupo (que geralmente é a única sobrevivente do massacre) consegue matar o maníaco e se salvar.
Era exatamente isso que todas as versões oitenteiras desses filmes mostravam (com pequenas alterações aqui e ali se a gente comparar uns com os outros, é óbvio). Mas isso prova que os slashers eram o subgênero de filmes de terror com o roteiro mais previsível.
O perfil dos integrantes do grupo também era sempre pré-estabelecido: a garota boazinha, o garoto bonzinho, o garoto brigão, a garota tarada, o nerd, o babaca que pensa que é engraçado...
Alguma cena gratuita de sexo em que aparece uma garota com as tetas e a bunda de fora e um garoto com a bunda de fora (na maioria das vezes, o brigão e a tarada do grupo) também eram comuns.
É difícil encontrar um slasher oitenteiro que não tenha esse tipo de roteiro vivido por esse tipo de personagens. E dá pra ver que os slashers modernos tão tentando criar um novo estilo, que ainda não tá muito bem definido. Assim como os slashers feitos ao longo dos anos 70, que só tinham como tema em comum o assassino de aparência bizarra perseguindo e matando um grupo de pessoas, enquanto o resto da história variava completamente de um filme pro outro.
Alguns exemplos disso são Tower of Evil (1972), O Monstro sem Alma (1976) e Rituais, que é o tema desse post aqui.
Produzido nos Estados Unidos e filmado no Canadá, esse filme foi lançado por lá com o título de Rituals, nunca foi lançado comercialmente no Brasil e foi lançado em Portugal com o título de Rituais.
Apesar do nome, o filme não tem nada a ver com rituais de magia nem nada parecido com isso. Os “rituais” em questão são o modus operandi do vilão, que toda madrugada deixa algum objeto bizarro perto dos heróis, que topam com aquilo e se assustam quando acordam.
Em vez do grupo de garotões e garotonas que se tornaria o padrão desse subgênero cerca de 5 anos depois, nesse filme aqui os heróis são um grupo só de homens, todos já com mais de 40 anos. E um deles é gay, que é outra coisa ainda hoje rara de se ver num slasher.
Nenhuma cena de sexo dá as caras em Rituais, embora até alguns slashers mais antigos já tivessem embarcado nessa (Tower of Evil, por exemplo, mostra cenas de sexo com bundas de tudo quanto é tipo pra quem quiser ver rs).
O vilão aqui também é diferente da maioria dos vilões de slashers, que tão sempre prontos pra matar brutalmente qualquer coisa que se mexa diante deles: ele só chega a matar com as próprias mãos 1 único personagem do grupo dos heróis (tem outros que morrem por causa de coisas que ele faz, mas não são mortos por ele numa agressão direta), preferindo atacar os heróis através de terrorismo psicológico.
Rituais também consegue manter um certo clima de aventura, já que mostra os personagens tentando sair de uma descomunal floresta fechada e, pra tanto, caminhando em direção a uma represa que eles viram num mapa que levaram e que é o único vestígio de civilização nas redondezas... Nem é preciso dizer que nem todos vão viver pra chegar lá, né? E os que chegarem vão ter uma grande decepção.
O filme passou muito despercebido na época em que foi feito, caindo num esquecimento quase total e só voltando a ser lembrado com a Internet. Mas ele representa bem uma fase em que os produtores já tinham entendido que o público queria ver alguma coisa parecida com isso, mas ainda não tinham entendido exatamente o quê.
Mais informações sobre Rituais? Lá vai:
E dê uma clicada aí do lado em ‘slashers’ que você acha posts sobre O Monstro sem Alma e Tower of Evil.
Até a próxima!
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