terça-feira, 5 de outubro de 2021

O CLONE

título original: O Clone
ano de lançamento: 2001
países: Brasil / Marrocos
elenco principal: Dalton Vigh, Giovana Antonelli, Murilo Benício
direção: Jayme Monjardim
roteiro: Gloria Perez

Nos anos 80, o adolescente Lucas se apaixona pela também adolescente Jade. Um amor impossível, já que ele é católico e ela é muçulmana, além de ele viver acostumado com os hábitos da Zona Sul do Rio de Janeiro, enquanto ela é educada com toda rigidez por uma família marroquina.
Pouco depois, o soberbo padrinho cientista do Lucas usa células dele (sem o consentimento dele e sem nem sequer avisar nada a ninguém) pra fazer um clone, que recebe o apelido de Leo.
Em 2001, o Leo acaba acidentalmente conhecendo a Jade. E como ele traz na mente a memória genética do Lucas, se apaixona por ela também.
Assim, o jovem mutante acaba entrando no meio do turbulento relacionamento dos agora balzaquianos Lucas e Jade, que tentam se livrar dos casamentos infelizes em que acabaram se metendo pra viver o amor que não puderam viver na adolescência.

O Clone é uma produção que esse mês tá chegando aos seus 20 anos de lançamento. E pra quem quiser ver, tá sendo reapresentado pela Globo no Vale a Pena Ver de Novo (é a 2ª reprise da novela na emissora, já que a 1ª aconteceu em 2011, também no Vale a Pena Ver de Novo).
As cenas de humor do núcleo muçulmano da novela ficam mais por conta da Nazira, personagem da atriz Eliane Giardini. Ela foi projetada inicialmente pra ser uma vilã (no início da novela, ela até chega a fazer umas maldadesinhas simples). Mas, devido à sua personalidade escandalosa e mandona, ela acabou descambando mais pro lado da comédia. E isso deu a ela a simpatia do público.
Já o Said acaba se tornando o vilão principal, pois ele passa mais da metade da história maltratando a Jade, por quem ele desenvolveu uma paixão obsessiva, mas sem nunca conseguir desenvolver o mesmo sentimento nela.
Apesar das polêmicas que gerou, O Clone é considerado uma das novelas de maior sucesso da Globo. E teve até um remake que foi uma coprodução Colômbia/Estados Unidos, lançado em 2010.
A que polêmicas eu me refiro? Bom, O Clone chamou a atenção por ser a 1ª novela brasileira a ter personagens muçulmanos fixos e fazendo parte do núcleo principal. Mas, ao mesmo tempo, provocou grandes desagrados entre a comunidade muçulmana brasileira, por mostrar personagens fazendo interpretações um tanto deturpadas de passagens do Alcorão.
Entretanto, se brasileiros dessa religião não gostaram disso, o que dizer do Estado Islâmico, da Al Qaeda, do Boko Haram, do Takfirismo e do Wahabismo?
Vale lembrar que esses grupos muçulmanos veem o simples fato dos ocidentais existirem seguindo o estilo de vida que seguem como uma ofensa contra a religião deles. A nossa não submissão ao Alcorão e aos hadiths é um sacrilégio pelo qual nós, ocidentais, deveríamos ser punidos com castigos físicos ou mesmo com a pena de morte (aliás, os ataques religiosos de árabes contra o Ocidente são fundamentados basicamente nisso). Ainda mais levando em conta que o Islamismo é a religião que mais defende castigos físicos.
E quanto aos muçulmanos sunitas e xiitas que seguem a Taquia (o direito do muçulmano de mentir e enganar se for pra converter uma pessoa ao Islamismo, mesmo sem essa pessoa querer) e a Muruna (o ato de tirar de uso momentaneamente as partes mais violentas da religião pra que os muçulmanos pareçam mais pacíficos e possam se misturar com outros povos sem encontrarem resistência)?
E já que falamos em xiitas, o que dizer dos discursos do expoente máximo dos muçulmanos xiitas no Mundo, o Aiatolá Ruhollah Khomeini?

“O homem e a mulher não muçulmanos são tão impuros quanto a urina e as fezes.”

Ou:

“Allah não criou o homem para que ele pudesse se divertir. O objetivo da criação é pôr à prova a Humanidade por meio de dureza e oração. Um regime islâmico deve ser sério em todos os aspectos. Não há piadas no Islam. Não há humor no Islam. Não há diversão no Islam. Não pode haver diversão e alegria naquilo que é sério. O Islam não permite nadar no Mar e se opõe a seriados de rádio e televisão. O Islam, entretanto, permite tiro ao alvo, andar a cavalo e competição.”

Aliás, essas últimas atividades nem teriam como ser proibidas, já que permitem que os muçulmanos treinem o ataque contra futuros inimigos infiéis.
Mas enfim: esses grupos também não fazem (pelo menos de acordo com os muçulmanos ocidentais) interpretações deturpadas do Alcorão?
Então, os muçulmanos brasileiros deveriam reclamar mais disso do que de uma simples novela.
Mais informações sobre O Clone? Lá vai:


Até a próxima!

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