terça-feira, 21 de julho de 2020

METALDER, O HOMEM-MÁQUINA

título original: Chojinki Metalder
título brasileiro: Metalder, o Homem-Máquina
ano de lançamento: 1987
país: Japão
elenco principal: Hiroko Aota, Kazuoki Takahashi (creditado aqui como Hiroshi Kawai), Seiko Seno (creditado aqui como Akira Seno)
direção: Takeshi Ogasawara
roteiro: Shozo Uehara

Quem já se informou um mínimo que seja sobre Machineman (1984) sabe que esse seriado foi uma tentativa da Toei de conquistar um público mais jovem. Ou seja, era uma espécie de imitação de metal hero feita pra crianças entre 5 e 6 anos, enquanto os metal heroes lançados até ali eram pra pré-adolescentes ou eventualmente adolescentes.
Em 1987, seguindo na contramão do que tinham feito com Machineman, a Toei decidiu lançar um metal hero mais voltado pro público adulto. E assim foi criado Metalder, o Homem-Máquina.
Mais pensativo e menos brincalhão que seus antecessores, o herói aqui luta contra um vilão igualmente mais sério e mais inteligente do que o comum, que não perde tempo fazendo babaquices como dar sustos em crianças e adjacências.
Se trata do Imperador Neroz, que governa um império dividido em 4 tropas: Blindada, Cibernética, Mecanol e Monster.
Teoricamente, os marechais de cada uma dessas tropas tem a mesma autoridade, ficando todos em posição de igualdade abaixo do Neroz. Mas, na prática, o marechal da Tropa Blindada, chamado Artur, recebe muito mais destaque do que os 3 colegas. Ele é um protegido do imperador e acaba ocupando de fato o posto de 2º no comando no império.
Quanto ao roteiro:

Em 1944, o cientista japonês Ryuichiro Koga perdeu seu único filho numa das batalhas da 2ª Guerra Mundial. E pra se vingar dos americanos e ao mesmo tempo proteger o Japão com uma arma infalível, ele criou um androide à imagem e semelhança do filho dele, chamado Hideki Kondo, que, quando se enfurece, se transforma num robô guerreiro chamado Metalder.
Mas, como era um pacifista, o cientista logo depois concluiu que o que ele tava fazendo era errado. E depois de reprogramar o robô pra fins mais pacíficos, acabou deixando ele num laboratório secreto.
Na mesma época, um coronel do Exército Japonês chamado Issao Muraki, que também era um cientista e amigo do Ryuichiro, ajudou ele inicialmente no ‘Projeto Metalder’. Mas ele começou a usar ilegalmente prisioneiros de guerra como cobaias pra fazer experiências.
Quando o Ryuichiro descobriu isso, cortou relações com ele. Mas, em 1987, ao buscar informações sobre o ex amigo, acabou descobrindo uma organização secreta criminosa: o Império Neroz...
Com as novas informações que foi encontrando, o Ryuichiro não viu outra saída a não ser ativar o Metalder pra que ele destruísse o Império Neroz.
Mas, chegando ao laboratório onde tinha deixado o robô, ele viu que tava sendo seguido por guerreiros do Império Neroz. E pra manter o laboratório escondido, saiu dali e se deixou localizar pelos vilões, sendo morto por eles segundos depois.
Vendo a situação, o Metalder entrou em ação. Mas, apesar de mostrar que tinha grandes poderes de ataque, ele não sabia usar nenhum deles direito, sendo derrotado pelos inimigos nessa 1ª luta.
Ele logo vai se aprimorar nas lutas. Mas ainda vai demorar muito tempo pra ele descobrir qual é a relação entre o criminoso de guerra Issao Muraki e o Império Neroz...

Pouco lembrado no seu país de origem devido ao sucesso superficial que fez por lá (ao contrário do que a Toei esperava, o público adulto não deu muita bola pro seriado e o público infantil também não se interessou, já que a temática era adulta demais), Metalder também não foi lá essas coisas em termos de audiência quando foi exibido na TV aberta do Brasil. Até porque foi exibido pela Bandeirantes, que nunca se lixou muito pra seriados japoneses de aventura, usando eles como meros tapa-buracos na programação.
Mas, como aconteceu com outros programas do mesmo tipo, ele conquistou uma legião de fãs em anos recentes, graças à Internet.
Realmente, temos poucos pontos negativos pra destacar aqui. Só uma bizarrice ou outra, como o desaparecimento sem explicação de 2 vilões fixos...
É difícil definir o que o Fufuchu e o Mukimukiman eram. Mas vamos dizer que eram 2 lutadores de sumô estilizados.
Bom, eles aparecem regularmente nos 8 primeiros capítulos de Metalder. E aí, de uma cena pra outra, eles simplesmente não voltam mais a ser vistos e ninguém menciona eles a partir daí.
E uma coisa curiosa é que, quando o seriado já tá no final, aparecem algumas cenas de flashback do início, quando alguns personagens se lembram de uma coisa ou outra do começo da história. E nessas cenas esses vilões aparecem. Então, também não fizeram questão de esconder que eles já tiveram lá no início e depois sumiram.
Outra coisa um pouco estranha é o sedentarismo do Imperador Neroz...
Bom, desde o 1º capítulo, vemos que ele tem uma identidade secreta: o empresário multimilionário Makoto Dobara. E nessas condições, ele vive uma vida comum pra um homem da classe social dele.
Mas, quando se transforma em Neroz, ele passa o tempo todo sentado num trono. E só aparece em pé e andando numa única cena do final, quando reconstrói o robô Balzac.
O seriado não tem um final feliz. Mas o Metalder e os amigos que ele vai fazendo ao longo da história conseguem cumprir a missão que eles tinham que cumprir.
Então, posso recomendar Metalder a fãs de metal heroes em geral, que certamente já tão acostumados com algumas esquisitices.rs Mas lembrando que ele tem um formato mais sério do que o comum.
Aliás, o ator Kazuoki Takahashi fez parte do elenco fixo do seriado exatamente pra trazer um toque de mais humor pra história (antes da chegada do personagem dele, o seriado tava ‘seco’ demais). E como ainda tava fresca na memória do público a imagem dele interpretando o Change Gryphon Hayate em Esquadrão Relâmpago Changeman (1985) e o herói Miran em Comando Estelar Flashman (1986), isso parecia uma boa estratégia pra chamar a atenção dos fãs desses outros seriados.
Diga-se de passagem, a Toei usou a mesma estratégia pra tentar chamar a atenção de fãs de outros seriados da época pra Metalder...
Principalmente nos capítulos 25 e 26, quando reuniram ali os atores Hiroshi Watari, Junichi Haruta e Kenji Ohba e as atrizes Sumiko Tanaka e Makoto Sumikawa (que na época respondia pelo nome de Jun Koyamaki).
Todos eles tinham interpretado heróis principais em Denshi Sentai Denziman (1980); Goggle Five, os Guerreiros do Espaço; Space Cop (ambos de 1982); Sharivan, o Guardião do Espaço (1983); Chodenshi Bioman (1984); e Spielvan (1986). Sem contar que o Junichi já tinha feito participações simples em Denziman e em Taiyo Sentai San Barukan (1981) e já tinha interpretado o MacGaren em O Fantástico Jaspion (1985) e o Hiroshi já tinha interpretado o herói Boomer-Man em Jaspion e já tinha trabalhado como dublê em San Barukan e em Goggle Five.
Alguém vai dizer que nesses 2 episódios específicos não houve uma tentativa explícita de fazer os fãs desses seriados darem uma olhada em Metalder?
E no capítulo 28, a atriz Hiroko Nishimoto, que tinha interpretado a Change Mermaid Sayaka em Changeman, também fez uma participação.
O ator Shinji Todo, que aqui interpretou a aparência humana do Imperador Neroz, já tinha interpretado o General Hedora em Denziman e o monstro do episódio 17 de Space Cop.
O ator Koji Unogi, que aqui interpretou o monstro Hedogross Jr., já tinha apareceria em 1 episódio de Flashman como o policial Hiroshi Tachibana.
Também vale lembrar que, em 1994, a Saban Entertainment pegou várias cenas de Metalder e de Spielvan e usou como stock footage pra fazer um seriado novo, acrescentando depois também cenas de Shaider, o Detetive do Espaço (1984).
Tudo isso foi dublado com outros têxtos em Inglês, dando origem assim ao seriado V. R. Troopers.
Mais informações sobre Metalder? La vai:


E dê uma clicada aí do lado em ‘produções japonesas’ que você acha posts sobre Bioman, Changeman, Denziman, Flashman, Goggle Five, Jaspion, Machineman, San Barukan, Shaider, Sharivan, Space Cop e Spielvan.
Até a próxima!

2 comentários:

Marcelo Castro Moraes disse...

Metalder assisti do começo ao fim na época e posso dizer que era algo meio que a frente do seu tempo com relação a outros seriados.

Leo Rib disse...

Sim. Exatamente porque tinha uma temática mais adulta.
Então, não era um herói que ficava fazendo coisinhas engraçadas pra divertir o público, não era um herói que acertava sempre...
Podemos dizer que era mais realista, né? Pelo menos se comparado aos outros metal heroes.